A APRENDIZAGEM INSTRUMENTAL SOB A PERSPECTIVA DA AUTORREGULAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES DE UM ESTUDO DE CASO
Resumo
O escopo deste artigo é apresentar parte dos resultados de uma pesquisa que abordou a autorregulação da aprendizagem instrumental sob a perspectiva sociocognitiva. Nesta abordagem, a autorregulação consiste em intervir de forma consciente, intencional e autorreflexiva no próprio desenvolvimento, considerando os aspectos comportamentais, motivacionais, cognitivos e metacognitivos da aprendizagem musical. O objetivo desta pesquisa foi investigar – por meio de um estudo de caso – elementos da autorregulação na conduta de uma percussionista durante o aprendizado de uma nova obra musical. Os resultados apontaram a ocorrência de eventos relativos ao planejamento (delineamento das metas; pensamento antecipatório; planificação das tarefas), monitoramento (experiências metacognitivas; observação e interpretação dos desafios; revisão de metas e estratégias) e avaliação da aprendizagem (atribuições causais; inferências autoavaliativas e autorreativas). Esperamos que as considerações aqui apresentadas favoreçam o aprimoramento de condutas que orientem a prática musical de estudantes em direção ao desenvolvimento musical reflexivo e autônomo.
Downloads
Referências
ARAÚJO, Marcos. O desenvolvimento de um questionário de comportamentos autorreguladores da prática musical em intérpretes. Revista Música Hodie, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 145-152, 2015.
AUSTIN, James; RENWICK, James; MCPHERSON, Gary. Developing motivation. In: MCPHERSON, G. (Org.). The child as musician: a handbook of musical development. New York: Oxford University Press, 2006. p. 213-238.
AZZI, Roberta Gurgel. Autorregulação em música: discussão à luz da teoria social cognitiva. Revista Modus, Belo Horizonte, v. 10, n. 17, p. 9-19, 2015.
AZZI, Roberta Gurgel; BASQUEIRA, Ana Paula; TOURINHO, Ana Cristina Gama dos Santos Tourinho. Ensino na perspectiva da Teoria Social Cognitiva: discussões iniciais a partir do ensino de música. Revista da Abem, v. 24, n. 36, p. 105-115, 2016.
BANDURA, Albert. A crescente primazia da agência humana na adaptação e mudança na era eletrônica. In: BANDURA, A.; AZZI, R. G. (Org.). Teoria social cognitiva: diversos enfoques. Campinas: Mercado de Letras, 2017b. p. 83-128.
BANDURA, Albert. Social cognitive theory of self-regulation. Organizational behavior and human decision processes, v. 50, p. 248-287, 1991.
BANDURA, Albert. Human Agency in Social Cognitive Theory. American Psychologist, 44, p. 1175-1184, 1989.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BARRY, Nancy; HALLAM, Susan. Practice. In: PARNCUTT, R.; MCPHERSON, G. E. (Eds.). The science and psychology of music performance. Oxford: University Press, 2002. p. 151-165.
CAMBRIDGE. Metacognition. Cambridge Assessment, 2017. Disponível em: https://www.cambridgeinternational.org/Images/272307-metacognition.pdf.
CAVALCANTI, Célia Regina Pires. Prática instrumental e autorregulação da aprendizagem: um estudo sobre as crenças de autoeficácia de músicos instrumentistas. In: ARAÚJO, R. C.; RAMOS, D. (Orgs.). Estudos sobre motivação e emoção em Cognição Musical. Curitiba: UFPR, 2015. p. 189-211.
FERIGATO, Arícia; FREIRE, Ricardo Dourado. Análise de conteúdo no contexto da pesquisa em performance musical: a metacogninção como objeto de análise. Percepta – Revista de Cognição Musical, v. 2, n. 2, p. 111-124, 2015.
FLAVELL, John. Metacognition and cognitive monitoring: a new area of cognitve-developmental inquiry. American Psychologist, v. 34, n. 10, p. 906-911, 1979.
JÚNIOR, Rubens Venditti; WINTERSTEIN, Pedro José. Ensaios sobre a Teoria Social Cognitiva de Albert Bandura. Parte II: reciprocidade triádica, modelação e capacidades humanas fundamentais. Lecturas: Educación física y deportes, Buenos Aires, n. 145, p. 1-11, 2010.
LIVINGSTON, Jennifer. Metacognition: an overview. Education Resources Information Center, v. 9/97, p. 2-7, 2003.
MCPHERSON, Gary; NIELSEN, Siw; RENWICK, James. Self-Regulation Interventions and the Development of Music Expertise. In: BEMBENUTTY, H.; CLEARLY, T. J.; KITSANTAS, A. (Eds). Applicattions of self-regulated learning across diverse disciplines. Charlott, NC: Information Age Publishing, 2013. p. 355-382.
MORAIS, Ronan Gil; STASI, Carlos. Múltiplas faces: surgimento, contextualização histórica e características da percussão múltipla. Opus, v. 16, n. 2, p. 61-79, 2010.
POLYDORO, Soely Aparecida Jorge; AZZI, Roberta Gurgel. Autorregulação: aspectos introdutórios. In: BANDURA, A.; AZZI, R. G.; POLYDORO, S. (Orgs.). Teoria Social Cognitiva: conceitos básicos. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 149-164.
PORTILHO, E. M. L. Como se aprende? Estratégias, estilos e metacognição. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011.
PORTILHO, Evelise Maria Labatut; DREHER, Simone Souza. Categorias metacognitivas como subsídio à prática pedagógica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 181-196, 2012.
SANTOS, Regina Antunes Teixeira. Modos de pensamentos reflexivos implícitos nos fatores de aperfeiçoamento da prática musical. Música em Perspectiva, v. 1, n. 2, p. 113-130, 2008.
SCHRAW, Gregory; MOSHMAN, David. Metacognitive theories. Educational Psychology Review, v. 7, n. 4, p. 351-371, 1995.
SCHUNK, Dale. Teoria Social Cognitiva na educação: contribuições e direções futuras. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL TEORIA SOCIAL COGNITIVA EM DEBATE, 1., 2015, Campinas. Anais […]. Campinas: Unicamp, 2015. p. 61-76.
SCHUNK, Dale. Social cognitive theory and self-regulated learning. In: ZIMMERMAN, B.; SCHUNK, D. (Orgs.). Self-regulated learning and academic achievement: theoretical perspectives. Mawah, NJ: Erlbaum, 2001. p. 125-152.
YIN, Robert. Estudo de caso. Planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005.
ZIMMERMAN, Barry. Attaining self-regulation: a social cognitive perspective. In: BOEKAERTS, M.; PINTRICH, P.; ZEIDNER, M. (Eds.). Handbook of self-regulation. New York: Academic Press, 2000. p. 13-39.
ZIMMERMAN, Barry; RISEMBERG, Rafael. Self-regulatory dimensions of academic learning and motivation. In: PHYE, G. D. Handbook of academic learning: construction of knowledge. San Diego: Academic Press, 1997. p. 105-125.
ZIMMERMAN, Barry; CLEARY, Timothy. Adolescents development of personal agency: the role of self-efficacy beliefs and self-regulatory skill. In: PAJARES, F.; URDAN, T. (Eds.). Self-efficay beliefs of adolescents. Greenwich, CT: Information Age Publishing, 2006. p. 45-69.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os(As) autores(as) que tiver(em) seu texto manuscrito aprovado deverá(ão) enviar à Editoria da REVISTA uma Carta de Cessão (modelo enviado no ato do aceite), cedendo os direitos autorais para publicação, em regime de exclusividade e originalidade do texto, pelo período de 2 (dois) anos, contados a partir da data de publicação da REVISTA.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaramos que os artigos presentes na REVISTA DA ABEM são originais e não foram submetidos à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaramos, ainda, que, após um artigo ser publicado pela REVISTA DA ABEM, ele não poderá ser submetido a outra forma de publicação, no prazo de dois anos. Passado esse período, a REVISTA DA ABEM cede direitos aos(às) autores(as) para publicarem o texto em livros ou outro periódico, desde que haja autorização do Conselho Editorial.
Também temos ciência que a submissão dos originais à REVISTA DA ABEM implica transferência dos direitos autorais da publicação digital e, a não observância desse compromisso submeterá o(a) infrator(a) a sanções e penas previstas na Lei de Proteção dos Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).